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ARTIGO DE OPINIÃO JUNTOS SOMOS MAIS FORTES DO QUE A CRISE

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES DO QUE A CRISE

JUNTOS não se refere aqui a confinamento mas sim JUNTOS na união de esforços de todas as partes interessadas no desenvolvimento da Região e em especial das suas empresas, seus motores do emprego e da economia.

Um combate que se trava no presente com forte reflexo no futuro. Uma luta de cada empresa e de cada Região por novos fatores competitivos. No final desta pandemia os hábitos de consumo, as empresas jamais voltarão a ser as mesmas, muitas não reabrirão e as outras irão alterar a sua forma de estar.

Sobreviver a esta profunda mudança da estrutura social e económica implica uma nova cultura de colaboração a todos os níveis e este será o foco e a responsabilidade das estruturas associativas que emergirão desta crise.

Entretanto há que assegurar a sobrevivência de um aparelho económico e das empresas e ter em especial atenção os setores mais afetados, sobretudo as de menor dimensão falando aqui de milhares de empresas, sem grandes reservas financeiras, onde a venda diária é a única fonte de sustentabilidade ou de constituição do seu fundo de maneio.

Por acreditar que muitas destas empresas não conseguirão fazer face após estes difíceis meses do segundo semestre que se aproxima, deixo alertas para o impacto de medidas como a criação de linhas de crédito. Embora sejam medidas positivas, onde o Estado funciona como garante, são medidas que não vão ao encontro da necessidade da maioria das micro e pequenas empresas, tendo em conta que elas necessitam de liquidez imediata, para fazer face às suas obrigações. Além do mais estas linhas de crédito não deixam de ser uma forma de as empresas se endividarem para futuro, uma vez que não existe qualquer tipo de apoio a fundo perdido, ou mesmo as taxas  de juro que sendo baixas são muito acima daquilo que a banca paga, se, se quiser aplicar dinheiro. Por outro lado, mesmo que aprovada a linha de crédito, esta está sempre dependente da banca, prevendo-se que o capital só chegue às empresas em maio. A maioria das empresas afetadas deixou de faturar, com quebras de mais de 80% desde os primeiros dias de março e terão as portas fechadas a curto prazo. Por isso é necessário para tempos excecionais, medidas de rápida execução e de fácil acesso.

Deve também ser exigido aos bancos a moratória dos empréstimos das empresas por mais tempo além dos seis meses, bem como a abolição das taxas fixas mensais que se paga dos TPA pelo menos durante estes próximos meses de retoma da atividade económica.

Apesar das medidas de flexibilização das obrigações fiscais e contributivas para os próximos 3 meses, serem essenciais para as empresas nesta fase, estas poderão vir a revelar-se como fatais para muitas empresas, uma vez que a diluição desses impostos para o segundo semestre, ao qual se adiciona o pagamento dos impostos do segundo semestre conduzirá seguramente a inúmeros incumprimentos com os custos adicionais, uma vez que as empresas só irão retomar a sua atividade a partir de meados de maio ou mesmo em junho e após estes meses parados, a retoma da atividade normal das empresas vai levar algum tempo, sendo difícil a sua atividade  até ao fim do ano.

Embora se tenha simplificado a aplicação do Lay-off, os apoios para as empresas terão de ser expeditos, não podendo demorar um ou dois meses, como está a acontecer caso contrário estas medidas apenas servirão para descapitalizar ainda mais um tecido empresarial fortemente afetado por esta crise. 

As seguradoras devem prorrogar o pagamento dos seguros às empresas que vençam nestes 3 meses, diluindo-o no tempo, evitando o fim de apólices, tendo em conta que muitas empresas não vão faturar, nem vão conseguir pagar, à semelhança de outros fornecedores.

Todas as empresas abastecedoras de água, eletricidade, gás e telecomunicações devem suspender os cortes ás empresas de imediato e durante esta crise, pois as empresas não vão deixar de pagar, só não o vão conseguir é realizar nestes meses.

Defendemos também que é necessária maior injeção de capital por parte do governo, um apoio efetivo por parte das autarquias e das comunidades intermunicipais, através da isenção das taxa de disponibilidade de águas e resíduos, da eliminação de taxas municipais e pagamento de coimas fixadas, por um período de três meses, isenção do pagamento da derrama durante o ano de 2020 e por último para incentivar a economia regional e local antecipar a requisição de serviços às empresas, projetos e obras já definidas e planeadas, para as quais existe cabimento orçamental.

A decisão política assenta na definição de prioridades, sobretudo em tempo de crise, e urgem medidas de apoio que suportem a sobrevivência das empresas e do emprego na Região. Foi portanto no âmbito da nossa missão e por forma a facilitar a aproximação dos decisores à realidade empresarial da Região que realizamos um Inquérito às empresas sobre o impacto da Crise COVID-19. A leitura preliminar dos resultados mostra-nos:

•um cenário que teremos que evitar a todo o custo, 

o 24% dos trabalhadores estão em situação de potencial perda de emprego implicada por abrandamento da atividade (31% a nível nacional)

•um perfil de empresários dispostos a tudo apostar na manutenção da economia e do emprego, 

o 85% das empresas da Região de Coimbra que encerraram total ou parcialmente pretendem retomar a atividade económica (76% a nível nacional).

Acreditamos que o Governo Central prosseguirá com a atitude positiva que tem demonstrado e no sentido destas propostas na resposta que queremos em conjunto a esta crise, assinalamos igualmente a crescente intervenção que as autarquias por todo o país têm vindo a fazer promovendo instrumentos de distribuição em colaboração com as empresas e suas associações para satisfazer as necessidades das populações salvaguardando os requisitos de contenção e isolamento.

Esperamos que as autarquias da Região de Coimbra e a CIM não fiquem atrás neste processo, porque se não o fizerem e não apoiarem as empresas e as pessoas nesta fase podem estar a hipotecar o futuro dos concelhos, dos centros das cidades e o apoio FUNDAMENTAL ao pequeno empresário, principal motor da economia local e de emprego na Região é e com esse objetivo que iremos apresentar a toda a comunidade um plano de ação  de revitalização da atividade económica cujo slogan é “Revitalizar para competir“.

Só com a união dos esforços de todos, governo, autarquias, empresas, é que conseguiremos sair desta batalha a ganhar assegurando a competitividade da estrutura económica, a sobrevivência das empresas e emprego qualificado e alinhado com os requisitos de uma nova realidade.

A NERC homenageia todos os empresários. O impulso da sua Excelência estende-se à atitude que transmitem face à adversidade. São Heróis do tempo que corre e queremos continuar a contar com eles na luta e assim juntos sermos mais fortes.

Horácio Pina Prata 
Presidente da Direção da NERC

 

 

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